sábado, 8 de outubro de 2016
O Samba na Berlinda Acadêmica
Estamos vivendo um ano marcado por eventos de grande significação para o enriquecimento da nossa história, momento especial, sobretudo para a cidade do Rio de Janeiro, palco de celebrações, cenário de transformações urbanísticas singulares. Transformações que iluminaram de forma ainda que não planejada registros de outros tempos, trazendo para o cenário contemporâneo resquícios materiais do início da formação cultural que nos identifica, traços da formação da brasilidade. A exposição dessas raízes, em certa medida, inspira a busca por conhecimento, dos temas evocados a partir dessas "descobertas", resultantes arqueológicas acidentais em meio ao processo de modernização em andamento.
Nesse contexto, o samba como representação cultural inequivocamente consagrada rouba a cena em eventos dos mais variados formatos, espalhados pela cidade pós-olímpica. Mas... O Brasil gosta de samba? Muita calma nessa hora. Trata-se de uma abordagem do curso promovido pelo Al-Farabi, ponto de referência no corredor cultural do Centro do Rio. O curso vai debater os dilemas da ascensão do samba como sintomas do racismo triplo brasileiro - o que opera na marcas da pele, no campo da desqualificação simbólica e na naturalização da suposta inferioridade de saberes pela própria vítima do racismo.
No conteúdo vão ser abordados os mitos de origem e a linha evolutiva do samba, desde os batuques ancestrais ao samba urbano carioca; a criminalização das culturas de origem africana no pós-abolição; a interação entre o samba e a religiosidade africana; os anos de 1930 e a legitimação do samba como "ícone da nacionalidade" na Era Vargas; dos sambas de terreiro aos sambas de enredo... Serão quatro encontros nos quais o participante vai pensar sobre a questão que abriu nosso texto. E quem vai conduzir esse mergulho na história entende do riscado.
O curso vai ser ministrado por Luiz Antonio Simas, mestre em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Autor de livros, ensaios e artigos publicados em jornais e revistas, entre eles "O Globo" e "O Dia", foi parceiro de Nei Lopes na elaboração do Dicionário da História Social do Samba (Civilização Brasileira, 2015). Seu perfil profissional revela intensa atividade no que se refere ao estudo e registro das manifestações culturais das ruas do Rio de Janeiro. Participou do processo de criação do novo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS); foi jurado do Estandarte de Ouro e é curador do projeto Fim de Semana do Livro no Porto, que recebeu o prêmio Porto Maravilha.
Serviço: Curso/Canjira: O Brasil gosta de Samba?
Dias: sábados, 8, 15, 22 e 29 de outubro
Das 11 às 13 h.
Valor: R$ 240,00 (valor do pacote com as quatro aulas)
Para mais informações sobre a inscrição: comercial@alfarabi.com.br
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