segunda-feira, 16 de março de 2015
UM CANTO, DOIS SERTÕES: BISPO DO ROSÁRIO E OS 90 ANOS DA COLÔNIA JULIANO MOREIRA
O Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, na Colônia Juliano Moreira, inaugura, no dia 28 de março, a exposição Um Canto, Dois Sertões: Bispo de Rosário e os 90 Anos da Colônia Juliano Moreira. Serão 150 peças criadas por Bispo e outras 50 obras de dez artistas convidados. Pela primeira vez, uma exposição de Arthur Bispo do Rosário vai estar contextualizada dentro dos dois universos que influenciaram sua obra: a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde viveu por 50 anos, e Japaratuba, em Sergipe, sua cidade natal. “Os dois ‘sertões’ de Bispo do Rosário”, como diz o curador da exposição, Marcelo Campos.
“A exposição parte do desejo de tratar dois lugares distintos que foram centrais para a vida de Bispo do Rosário, Jacarepaguá e Japaratuba. A ampla pesquisa desenvolvida sobre tais lugares tenta apontar características, informações, histórias, dramas e poesias que potencializam a exposição”, explica.
Para entender o universo do artista, uma equipe do Museu viajou em janeiro para Sergipe. Lá encontraram muitos dos elementos que o influenciaram em seus primeiros anos de vida, como as festas de Reis, as Cheganças, os quilombolas. “Com a viagem, tornou-se clara a relação de Bispo com a cultura popular. Os adornos e adereços, como, fitas, espelhos, mantos, uniformes – presentes em sua obra – estão mais do que misturados às atividades folclóricas de Sergipe”, afirma Campos.
A exposição será dividida em três núcleos principais: o nascimento, a colônia, e os mundos inventados por ele. Todos os núcleos serão potencializados a partir de uma seleção de obras, textos e de materiais biográficos. Para o curador do Museu, Ricardo Resende, ela mudará totalmente a maneira de se observar, estudar e contextualizar a obra de Bispo do Rosário na arte contemporânea.
“É a primeira vez que se faz um estudo e uma exposição que contextualiza a obra do Arthur Bispo do Rosário nos seus dois universos constituintes. O ambiente de criação, a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, e Japaratuba, a cidade natal do artista que está guardada na memória da obra que nos foi legada”, destaca.
O projeto Um Canto, Dois Sertões... é parte do processo de refundação do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, segundo a diretora do Museu, Raquel Fernandes. “Atualmente, nós trabalhamos com questões básicas sobre a importância do acervo deixado pelo Bispo, o público-alvo, a acessibilidade e um cuidado extremo com as peças. A relevância desse museu traz à tona as articulações que Bispo pode fazer, por meio da arte, com diversos campos do saber, como a saúde mental, a psiquiatria, a antropologia”, explica Raquel.
Um Canto, Dois Sertões: Bispo de Rosário e os 90 Anos da Colônia Juliano Moreira tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura através do Programa de Fomento à Cultura Carioca 2014. A exposição integra a programação de comemorações dos 450 anos da cidade.
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