segunda-feira, 6 de agosto de 2018
Exposição sobre a chegada de Verger na Bahia vai integrar a Flipelô
Quando Verger chegou à Bahia, em 1946, Salvador era outra cidade, bem diferente do cenário que se vê hoje, com detalhes únicos que marcaram um tempo especial da capital. Como chegou de navio, o que ele viu primeiro foi um guindaste. Capoeiristas ainda eram estivadores e de terno branco os homens se vestiam nas ruas. A cidade era menor, esperando a industrialização da Bahia, os bairros periféricos não existiam e, para além do Dique, já era interior. Na Liberdade, mulheres lavavam suas roupas em água natural.
Em meio a essa riqueza cultural, Pierre Verger se encantou pela vida baiana, entoada pelas canções de Caymmi, e contornada por lindas praias, dominadas por pescadores em vez de banhistas. Um pedaço desse cotidiano, de meados da década de 1940, será apresentado na exposição “A Chegada de Verger na Bahia”, que será inaugurada no dia 9 de agosto (quinta-feira), na Galeria Fundação Pierre Verger, no Portal da Misericórdia.
Com curadoria de Alex Baradel, a exposição é composta por 31 fotografias originais (ampliações analógicas feitas a partir do negativo original) e, além de integrar o conjunto de ações comemorativas dos 30 anos da Fundação Pierre Verger, faz também parte da programação da Flipelô, a Festa Literária Internacional do Pelourinho. Em sua segunda edição, entre os dias 08 e 12 de agosto, o evento contará com programação diversa de literatura, teatro, música, exposições e gastronomia, em treze espaços do Centro Histórico.
As fotografias foram produzidas tiradas nos quatro primeiros anos da presença de Pierre Verger na Bahia. Um recente trabalho de digitalização dos negativos do fotógrafo permitiu identificar quais das mais de 7000 fotos realizadas na Bahia durante 30 décadas eram as mais antigas. A mostra segue até o mês de novembro na galeria e revela as transformações sociais, econômicas, culturais e estruturais da Bahia nas últimas décadas, como a Oscar Pontes que não tinha emergido do mar e a feira de São Joaquim que, antes do incêndio, era Água de meninos.
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