O Projeto Pais e Filhos reúne a família musical numa única apresentação no palco do Carioca da Gema, para uma noite inusitada.
Com criação de Paulo Cesar Figueiredo - “Pais e Filhos - Gerações Musicais”, o principal conceito é estimular uma leitura dos filhos do universo musical dos pais. Já passaram pelo projeto Gabriel de Aquino e João de Aquino, Thiago do Bandolim e Ronaldo do Bandolim, Hudson Santos e Carlinhos 7 Cordas, entre outros.
A música transcende a alma de Tomaz Miranda. É formado em música – Bacharelado em Arranjo – pela UNIRIO, desde 2011. Com 15 anos, selou seu primeiro trabalho como músico, em uma roda de choro. Sua alusão ao samba fica por conta de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Aldir e Cartola, que segundo ele: são as suas “referências monstruosas”. Mas também bebe de outras fontes, com os grandes compositores do samba, como Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Martinho, Noel, Mario Lago, Candeia, Nelson Cavaquinho e as Velhas Guardas das Escolas de Samba. Têm prazer em ouvir os compositores da Portela, da Mangueira, do Salgueiro, do Império Serrano, entre outros.
E essa musicalidade talvez seja a linha tênue que une Tomaz ao “Simpatia é Quase Amor”, bloco do qual é diretor e cantor, um dos principais do carnaval do Rio. Foi mestre-sala até aprender a tocar cavaco. Pular para cima do carro de som foi uma questão de pouco tempo. Hoje, comanda a música do bloco e está há 10 anos como cantor oficial.
Os músicos são selecionados por ele, o filho, que faz a direção do show, com um roteiro onde retrata o universo do pai. O formato do projeto passeia com músicas importantes para os dois, onde filho e pai mostram o melhor de cada um, dividido em 3 sets.
“Os primeiros acordes e desfiles foram imitando o que ele fazia. Ouvia samba e tocava cavaco. Ele que me levou pra tantas rodas de samba e tantos botequins, que hoje, ele é meu convidado. Vamos cantar clássicos do “Simpatia é Quase Amor” e os sambas que ele me ensinou”, afirma o filho Tomaz.
Já o pai, Ary Miranda, um dos fundadores e até hoje na diretoria do bloco “Simpatia é Quase Amor”. Bloco cujo crescimento se confunde com o do próprio carnaval de rua do Rio, o “Simpatia É Quase Amor”, está na estrada há 31 anos, mantendo o mesmo espírito de crítica e deboche que marcou seu primeiro desfile, no carnaval de 1985. Frases como “Não tem pão, comam brioco” e “Apagão, nunca ma...(ih, cadê a luz?)", ficaram marcadas na memória de foliões.
“Vai ser muito bom poder compartilhar com meu filho um momento de sua vida profissional, ou seja, tocando e cantando com ele. Eu que acompanhei quando ele começou a desenvolver os primeiros acordes, agora sou convidado para participar de seu trabalho. Muito bom!”, atesta Ary Miranda.
No repertório, clássicos como “Disritmia” de Martinho da Vila, “Enredo do Meu Samba”, de Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, “O Sol Nascerá”, Cartola, assim como “Heróis da Liberdade (Império Serrano)”, e claro, sambas criados para o bloco.
Pai e filho ganham reforço de Mauricio Massunaga, violão - Roberto Moreno, cavaquinho - Paulinho Bandolim, bandolim - Anderson Vilmar, Anderson Balbueno e Luiz Augusto, na percussão.
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