terça-feira, 12 de abril de 2016

Prevenção do câncer feminino


O papel da mulher na sociedade é cada vez maior, seja na família, no mercado de trabalho ou em outros aspectos que rodeiam o dia a dia. Da mesma forma que é relevante lembrar as conquistas e os desafios do sexo feminino, é fundamental chamar atenção para a importância da prevenção contra o câncer e cuidado com o corpo. Alguns tipos são exclusivos do sexo feminino ou aparecem com mais frequência nas mulheres.

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), as neoplasias malignas são a segunda causa de morte natural no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Muitas dessas mortes podem ser evitadas com a prevenção adequada. “Não existe uma causa única para o desenvolvimento das neoplasias. O fumo, o sedentarismo, a dieta inadequada, a poluição e o estresse são fatores apontados como possíveis causas do câncer, além da predisposição genética que representa uma minoria dos casos. Estar atenta aos sinais do organismo e manter hábitos saudáveis podem ajudar tanto na prevenção como no diagnóstico precoce da doença, o que possibilita maior chance de um tratamento curativo.”, explica a médica oncologista da Oncomed BH, Dra. Ana Carolina Pimenta.



Cânceres femininos

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres em todo mundo (com exceção do câncer de pele não melanoma), representando aproximadamente 25% do diagnóstico de neoplasia no sexo feminino, sendo a maior causa de morte por câncer nas mulheres nos países em desenvolvimento.

Entre os principais fatores de risco do câncer de mama encontra-se exposição prolongada ao estrógeno (início do período menstrual precoce, menopausa tardia, primeiro filho após os 30 anos, ausência de filho, uso de anticoncepcional oral, terapia de reposição hormonal, obesidade), exposição a radiação ionizante e fatores genéticos (representa apenas 5 – 10% dos casos).

A neoplasia de mama é pobre em sinais e sintomas precoces, devendo a paciente estar atenta a qualquer alteração em relação à mudança da tonalidade e textura da pele, surgimento de nódulos nas mamas ou axilas. A detecção precoce é de grande importância, estando recomendado a autopalpação das mamas e realização de mamografia periodicamente para mulheres acima de 40 anos.

Já o câncer de colo de útero no Brasil é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer. Estima-se 16340 novos casos no ano de 2016. “É uma doença de desenvolvimento lento que pode ser assintomática na fase inicial e evoluir com sangramento vaginal anormal, secreção vaginal com presença de sangue ou até mesmo dor abdominal associada a sintomas urinários”, explica a médica.

A infecção persistente de alguns subtipos do papiloma vírus humano (HPV) é a principal responsável pelo surgimento da neoplasia. O vírus HPV é transmitido através de relação sexual sem proteção. Outros fatores de risco são tabagismo, imunossupressão, inécio precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros.

O uso de preservativo durante a relação sexual e a vacinação contra o HPV são estratégias de prevenção da doença. O exame preventivo (Papanicolau) deve ser realizado regularmente a partir do início da atividade sexual para detecção precoce de lesões precursoras da neoplasia, ainda na fase assintomática.

Outros tumores menos incidentes nas mulheres são as neoplasias de ovário e endométrio. O câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser detectado por apresentar sintomas em estágio mais avançado e com menor chance de cura. Acomete geralmente mulheres após os 40 anos e os sintomas são inespecíficos como aumento abdominal, indigestão, prisão de ventre ou inchaço. A história familiar é o fator de risco isolado mais importante.

Por fim, as neoplasias de endométrio são raras em pacientes jovens e estão relacionadas com obesidade, ciclos anovulatórios, terapia de reposição hormonal. “Quando detectados em estágio inicial possuem bom prognóstico com elevada taxa de cura”, conclui Dra. Ana Carolina.


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