segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Estudio Dezenove e Arte&Fato trazem ao Rio, em novembro, obras inéditas de jovens artistas gaúchos



De 15 de novembro a 20 de dezembro, coletiva com foco na pintura contemporânea é resultado do intercâmbio entre as galerias carioca e gaúcha, e vai reunir, em Santa Teresa, obras de Ana Mähler,Angela Zaffari, Bianca Santini, Marlene Kozicz, Ricardo Giuliani, Silvia Rodrigues e Verlu Macke

A partir do dia 15 de novembro, domingo, o Rio vai receber a coletiva “Abordagens e Sentidos: a pintura como possibilidade poética”, mais especificamente no Estudio Dezenove, em Santa Teresa, onde estarão reunidas obras inéditas da nova geração das artes visuais do Rio Grande do Sul. Com curadoria de Ana Zavadil e coordenação de Julio Castro, a mostra é o resultado de uma parceria entre a galeria carioca e a Arte&Fato, de Porto Alegre, e tem como objetivo apresentar um panorama significativo da pintura contemporânea gaúcha, buscando trazer à tona discussões sobre essa linguagem que teve como vocação, dentro da história da arte, estar sempre à beira do abismo, com sua “morte” anunciada em diversos momentos. Porém, de longe findada, a pintura passou por significativas transformações, mantendo-se no topo da pirâmide como uma das opções de artistas em diferentes períodos. Até 20 de dezembro, o público carioca poderá conferir as pinturas de Ana Mähler, Angela Zaffari, Bianca Santini, Marlene Kozicz, Ricardo Giuliani, Silvia Rodrigues e Verlu Macke. Neste intercâmbio está prevista, para setembro de 2016, uma coletiva de artistas cariocas do Estudio Dezenove em Porto Alegre.

A partir de pesquisas sobre pedras preciosas, Ana Mähler vai apresentar a tela “Esmeralda”( 2015) e outra, de 2011, de acrílica e caneta posca. Para Ana Zavadil, seus trabalhos levam o espectador para além da simples visualidade, já que eles querem dizer alguma coisa, ou seja, para além da beleza visual que está na materialidade, na forma. A sua arte liberta da representação da realidade visível e abarca um conceito que busca provocar reflexões sobre a vida, ou melhor, sobre a preciosidade da vida. Já as acrílicas sobre tela de Ângela Zaffari são tramas coloridas caracterizadas pelo ritmo das cores intensas, e as tensões espaciais são oriundas da repetição das formas e suas combinações. A repetição é o conceito base de seu trabalho evidenciado pela forma do quadrado que estrutura a trama, porém dentro da repetição está o ritual, em que a artista impõe regras a si mesma para realizar as pinturas. A ordem e a harmonia fazem parte de seu cotidiano artístico.

As duas obras da série “Geografias da Paisagem”, de Bianca Santini, refletem sua poética, cujo processo criativo pode começar pela fotografia ou pela coleta de materiais - a fotografia de árvores inteiras ou fragmentadas ou mesmo galhos de árvores recolhidos da natureza. A pintura é feita com densas camadas de tinta acrílica que formam texturas, a partir de sobreposições e veladuras, e deixam vestígios dessa paisagem quase abstrata quando o trabalho é finalizado. Segundo Zavadil, “o processo é rico em experimentações e laborioso no seu desenvolvimento”.

A pintura de Marlene Kozicz vem do seu âmago e surge no tempo presente de sua criação, traz informações da sua memória, sejam elas relacionadas à técnica, a experiências anteriores ou vivências passadas. A principal característica de seu trabalho é a obra se fazendo, o fazer aponta caminhos, o acaso cria tensões porque ao se afastar do planejado abre portas para novas possibilidades. Os materiais utilizados são poucos (grafite, calcário, carvão e tintas), mas o resultado é plural, intenso e nasce de um percurso único para cada tela, a partir do ritmo das linhas e das manchas que agregam formas e definem o espaço da tela e também o da criação.

A aquarela “Os Pinicos de Duchamp”, de Ricardo Giuliani, é resultado de suas diversas pinturas pautadas no trabalho do artista Marcel Duchamp (1887-1968). Estudioso de sua obra, Giuliani inspirou-se em diversas delas para torná-las o mote de sua pesquisa pictórica., utilizando-se da aquarela para sugerir um humor sutil em que mistura ícones duchampianos, ora utilizando-os em outros contextos, ora substituindo-os por outros com uma grande carga de irreverência, o que reafirma a sua maneira de trabalhar Duchamp, precursor da arte conceitual, rompeu com os meios tradicionais da produção artística ao criar os ready-made.Pai de todos os artistas contemporâneos, introduziu um novo conceito de arte: a antiarte.

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